A partir de um dos diários de reflexão, escrita desenvolvida pelos alunos dos primeiros anos do campus Apodi nas aulas de Língua Portuguesa, apresentou-se uma reflexão sobre a temática do evento, em que a cada aluno foi sugerido repensar o que acredita fazer parte da identidade nordestina. Uma dessas escritas é a apresentada a seguir, em que criatividade e apreço pelas palavras são estimulados no questionamento do próprio aluno de sua identidade nordestina.
“Quanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de ser!”
Ser tão nordestino
é nascer e ser criado aqui na região
é aprender a respeitar a buchada,
o toucinho e o baião,
É conhecer a história
de Maria Bonita e Lampião
É saber que apesar de bandidos,
eles viveram uma paixão
É gostar de literatura e respeitar
as obras de Rachel de Queiroz,
Jorge Amado e Ferreira Gullar
É ver o céu chorando
e se alegrar,
agradecer e celebrar
a chuva que tanto demora a cair
no nosso lar
É ouvir Luiz Gonzaga e lembrar
da vegetação, do gado e da alegria
É perceber que aqui no nosso Nordeste
tem magia
Tantos poetas, cantores, tanta beleza
que deveriam acabar com a ideia
de que aqui só tem tristeza.
Tem agonia, sim,
e em qualquer lugar não tem?
mas aqui a gente aprende
a não descontar em ninguém,
A saber estender a mão para o próximo
e ajudar,
mesmo que seja alguém de fora,
que só saiba nos desprezar
Nordestino, além de cultura,
tem educação,
dada por uma mãe que sabe dizer “sim”
e luta para não dizer um “não”,
que trabalha o dia inteiro na roça
para comprar o pão
que além de tudo isso,
tem muito amor no coração.
Ser tão nordestino
não significa conhecer toda essa cultura
e praticá-la,
mas é ter ética e respeitá-la.
É viver aqui e não se juntar
àqueles que só sabem nos desprezar.
É não ousar se envergonhar
ao dizer que faz parte desse povo
que aprendeu a amar,
que, apesar da vida tão dura,
não deixa de acreditar
em um amanhã melhor
que Deus vai abençoar.
Lara Raquel Rodrigues e Souza – 1º ano de Biocombustíveis
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