No estudo do gênero literário cordel, os alunos da turma do primeiro ano de Informática (sob a minha orientação), discutiram sobre a presença do cordel, um gênero de cunho popular, no universo tecnológico. A partir disso, estudou-se a peleja virtual, uma modalidade em que dois personagens, utilizando das ferramentas tecnológicas, disputam entre versos, o que será apresentado nos próximos dias aqui, nos comentários desta publicação.

Convido a todos a acompanharem essa peleja,

que nunca se viu igual,

representando os personagens nordestinos,

vai ser muito legal!


Quem você acha que vence esse duelo?

“O embate milenar entre Maria Pirgulina e Vicentão”

12 opiniões sobre ““O embate milenar entre Maria Pirgulina e Vicentão”

  • Olá, senhor Vicente
    o vulgo “Vicentão”
    Hoje venho neste meio
    Pra provocar discussão
    Te prepare pro esperneio
    Vou te dar tanto aperreio
    Que cê vai beijar o chão

  • Senhora Pirgulina
    Proposta que me é feita
    Pra mim já é vencida
    Sou homi mole não
    Em versos vou dizer
    Responder com prazer
    E sem perder a educação

  • Você já tá é se amostrano,
    E vem me falar de educação.
    Nem rimar sabe direito
    E tá se achando o “bixão”.
    A mim tu deve respeito,
    Se não eu lhe endireito
    Faço que nem cavalo do cão

  • Fala mal da minha rima
    Acho difícil fazer melhor
    Sou Vicentão cabra da peste
    Da senhorita só sinto dó
    Represento bem o nordeste
    Duvido que alguém conteste
    O valor do meu suor

  • Pelo menos pense melhor…
    pra que serve esse título de macho?
    quem seria o grande lampião
    sem Maria Bonita em seu encalço?
    Eu serei sempre uma guerreira,
    tenho esses olhos com olheiras
    e nunca tremerei perante o “palco”

  • Aqui eu luto todo dia
    Pra minha vida mudar
    Diferente da senhorita
    Não posso reclamar
    Com a enxada na mão
    E o sol quente de rachar
    Tento minha vida melhorar

  • Você é um matuto
    num conhece minhas proeza
    do serviço de casa
    às lições da rezadeira,
    o que um homem faz
    sem uma muié atrás
    pra botar o cumê na mesa?

  • Sou matuto realmente
    Esse é o meu jeito
    Sou um trabalhador
    Você me deve respeito
    Sou um homem sofredor
    Faço tudo com amor
    E trago isso no peito

  • Eu sou mulher de vera
    não das de televisão
    que só ficam cozinhando
    à procura duma paixão
    Fico é trabaiando
    dando duro e ralando
    sem fim no meu sertão

  • Sei que tu é a cozinheira
    Mas se eu não for plantar
    Não tem um feijão na mesa
    Nem adianta contestar
    Eu que tenho as despesas
    Ainda caço as presas
    Pra nois comer no jantar

  • Tempo demais já gastamos
    Disputando e debatendo
    Percebo que tu, “bichão”
    Ainda tá nem entendendo
    Não dependo de varão
    O sertão é minha paixão
    E por ele vou vivendo.

  • Numa coisa concordamos
    Já fizemos muitos versos
    Usamos muitos argumentos
    Nesse embate controverso
    Porém tenho um acalento
    Por saber que meu talento
    É uma marca no universo.

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